Análises Térmicas

Análises Térmicas

A durabilidade dos materiais utilizados para isolação de maquinas elétricas depende de inúmeros fatores, tais como: temperatura de trabalho, esforço elétrico, solicitações mecânicas, exposição a produtos químicos, dentre outros.

Estima-se que 25% das falhas em máquinas elétricas ocorram devido à deterioração do isolamento elétrico como podemos observar no gráfico
abaixo.

Visando fornecer o suporte necessários aos nossos clientes, com a seleção do material mais adequado para as mais diversas aplicações, a AEPI do Brasil realiza, através de seu laboratório, análises Térmicas de seus isolantes elétricos.

Neste sentido, o artigo a seguir explica, de forma didática, a Análise Térmogravimétrica (TGA) e a importância desta técnica como ferramenta.

Modos de falhas de máquinas elétricas (Referencia: AEMC ® Instruments)


ANÁLISES TÉRMICAS

A Análise Térmica segundo a ICTA (International Confederation for Thermal Analysis) é definida como um grupo de técnicas, através das quais uma propriedade física de uma substância é medida como função da temperatura, enquanto a substância é submetida a um programa controlado de temperatura. O programa pode consistir em aquecer ou resfriar (dinâmico), ou manter a temperatura constante (isotérmica).

A Análise Termogravimétrica ou TGA é uma técnica em que a massa (ou peso) de um material é medida em função da temperatura ou do tempo enquanto a amostra é submetida a um programa de temperatura e atmosfera controladas [Earnest, ASTM STP 997 (1988)]

Os materiais termofixos geralmente exibem perda de massa, que se divide em três categorias: componentes voláteis, produtos de reação e produtos de decomposição. Todos esses processos de perda de massa podem ser caracterizados por TGA para produzir informações tais como teor de umidade, solvente residual, composição e estabilidade térmica.

O ensaio consiste basicamente em retirar um pequeno pedaço da amostra, que pode ser pó, líquido ou sólido em torno de 5 a 25 mg e colocar dentro de um cadinho normalmente de platina que fica suspenso em uma balança analítica envolvido por um forno.

Um programa de aquecimento é definido em função do tipo de material a ser analisado e as características que pretende ser obtidas, em seguida deve ser ajustado as pressões dos gases protetivos e da amostra.

Curvas típicas de TGA e sua derivada DTG são apresentadas na figura 1.

Figura 1 – Gráfico de TGA (preto) e sua derivada, DTG (azul)

Usualmente no eixo horizontal tem – se a temperatura enquanto que no eixo vertical do gráfico é apresentado o percentual de massa WT% ao invés da massa total, que se inicia com 100%, proporcionando assim uma fácil comparação entre várias curvas em uma mesma base. A massa e a temperatura são exibidos em função do tempo. Isto permite a verificação aproximada da taxa de aquecimento.
As curvas DTG facilitam a interpretação porque ocorre a decomposição dos eventos em função do tempo e são mais facilmente observadas.


APLICAÇÕES DA TGA:

Dentre as inúmeras aplicações existentes da termogravimetria destacam-se:

  • Calcinação de compósitos para determinação de teor de resina com atmosfera controlada
  • Temperatura de perda de massa (on set point) para análise comparativa de Índice Térmico
  • Determinação de teor de umidade
  • Degradação térmica oxidativa de materiais poliméricos
  • Decomposição de materiais explosivos
  • Desenvolvimento de materiais gravimétricos analíticos (peso constante)
  • Decomposição térmica ou pirólise de materiais orgânicos, inorgânicos e biológicos
  • Destilação e evaporação de líquidos
  • Determinação da pressão de vapor e entalpia de vaporização de aditivos voláteis
  • Determinação da umidade, volatilidade
  • Estudo de desidratação e higroscopicidade

As principais normas internacionais que estabelecem parâmetros de Análise Termogravimétrica são:

  • ASTM E 1131
  • ISO 11358

    EQUIPAMENTO:

As faixas de temperaturas para Analisadores Termogravimétricos comerciais são tipicamente de temperatura ambiente até 1000ºC suficiente para a maioria dos compósitos de matriz polimérica.

O equipamento utilizado na análise termogravimétrica é basicamente constituído por uma micro balança, um forno, termopares e um sistema de fluxo de gases. A figura abaixo apresenta um desenho detalhado deste instrumento.

A Calibração do equipamento de TGA normalmente é realizada utilizando padrões com propriedades ferromagnéticas que permitem avaliar a medição de temperatura dos termopares.

A AEPI do Brasil dispõe desse equipamento atendendo principalmente a classe de compósitos e elastômeros dos mais diversos tipos e aplicações.

Autor do artigo:
André Zancheta Garcia, MSc
Diretor Técnico AEPI do Brasil


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Aprimore seus conhecimentos sobre Análise Térmica e Transição Vítrea (Tg)

Autor: André Zanchetta Garcia,
MSc. Mestre em Ciências dos Materiais formado pela Universidade Federal de São Carlos, com mais de 25 anos de experiência em compósitos.
Diretor Técnico da AEPI do Brasil


Análise Térmica

Quando um material é exposto a uma variação de temperatura, podem ocorrer mudanças químicas ou físicas em sua estrutura, desta forma, o conhecimento do comportamento dos materiais sobre os efeitos resultantes da alteração da temperatura se mostra importante para diversas finalidades.

Diante desta necessidade de conhecimento das propriedades, ao longo dos anos foram sendo desenvolvidos métodos de análise térmica.

De acordo com a Confederação Internacional de Análise Térmica e Calorimetria (ICTAC), análise térmica pode ser definida como: “Um grupo de técnicas nas quais uma propriedade física de uma substância e/ou seus produtos de reação é medida como função da temperatura, enquanto a substância é submetida a um programa controlado de temperatura”.

Analisando esta definição, percebe-se que há três critérios que devem ser satisfeitos para que uma técnica térmica possa ser considerada como termoanalítica:

  1. Uma propriedade física deve ser medida;
  2. A medida deve ser expressa como função da temperatura;
  3. Esta medida deve ser feita sob um programa controlado de temperatura.

As análises térmicas são interdisciplinares, sendo importantes em vários setores, dentre os quais podemos destacar: Química, Metalurgia, Cerâmica, Geologia, Mineralogia, e Oceanografia, Botânica, Agronomia, Ecologia, Tecnologia em Química e Tecnologia de Alimentos.

As principais técnicas difundidas e utilizadas são:

  • Análise termogravimétrica (TGA)
  • Termogravimetria derivada (DTG)
  • Análise térmica diferencial (DTA)
  • Calorimetria exploratória diferencial (DSC)
  • Análise termomecânica (TMA)
  • Análise dinâmico-mecânica (DMA)
  • Análise de gás envolvido (EGA)

A AEPI do Brasil possui em seu escopo acreditado pela CGECRE INMETRO sob número CRL 0749 o ensaio de DSC.

Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC), onde a propriedade medida é a diferença de energia entre a amostra e a sua referência.

As diferenças de energia entre a amostra e a referência são devidas às transformações que a amostra pode sofrer em função da temperatura a qual está sendo submetida (decomposição, combustão), mudanças de estado (sublimação, fusão) e transições cristalinas.

Considerando o DSC de fluxo de calor, eventos relacionados às transformações químicas ou às mudanças de estado físico são apresentados em forma de picos. No caso de transições de segunda ordem, observa-se mudança da linha de base, sem picos definidos, a qual caracteriza as transições vítreas.

A Transição Vítrea (Tg) é um importante efeito térmico que pode ser utilizado para a caracterização de plásticos e outros materiais amorfos ou semicristalinos (ex.: vidros inorgânicos ou alimentos, onde os componentes nos materiais alimentícios apresentam efeitos similares aos dos polímeros). A Tg é a propriedade do material onde podemos obter a temperatura de passagem do estado vítreo para um estado “maleável”, sem ocorrência de mudança estrutural. A parte amorfa do material (parte onde as cadeias moleculares estão desordenadas) é a responsável pela caracterização da Temperatura de Transição Vítrea. Abaixo da Tg, o material não tem energia interna suficiente para permitir o deslocamento de uma cadeia com relação a outra por mudanças conformacionais. Portanto, quanto mais cristalino o material, menor será a representatividade de transição vítrea.

A Tg trata-se de uma transição termodinâmica de segunda ordem, isto é, afeta variáveis termodinâmicas secundárias. Algumas propriedades mudam com a Tg e, portanto, podem ser utilizadas para a sua determinação. Na curva de DSC, a Tg é caracterizada pela mudança de Cp (calor específico, mudança da linha de base, dado em J/gºC), esta mudança ocorre sempre no sentido endotérmico.

As normas ISO 11357, ASTM E1356 e ASTM D 3418 descrevem os procedimentos para a determinação da Tg por DSC.

Características da Transição Vítrea (Tg):

– Não envolve transformação de fase;

– Estado vítreo, estrutura sem mobilidade molecular;

– A diferença entre o estado vítreo e o viscoelástico é a mobilidade das moléculas, é a mudança de um estado mais ordenado para um estado menos ordenado.

A seguir transformações evidenciadas através da técnica DSC

Transformações detectadas no DSC
Transformações detectadas no DSC
Equipamento DSC
Equipamento DSC

Referências Bibliográficas:

CALLISTER JR, W. D. Propriedades mecânicas dos metais. In: Ciência e engenharia dos materiais: uma introdução. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. p. 422-454).

CANEVAROLO JR, S. V. Ciência dos polímeros: um texto básico para tecnólogos e engenheiros. São Paulo: Artiliber, 2002.

CASSU, S. N.; FELISBERTI, M. I. Comportamento dinâmico-mecânico e relaxações em polímeros e blendas poliméricas. Quím. Nova, São Paulo, v. 28, n. 2, p. 255-263, Mar. 2005.

DAY, D.; HOA, S. V.; TSAI, S. W. Composites Materials: design and applications. 4th. ed. Boca Raton: CRC Press, 2000.

DUBOIS, A. P. Materials Science and Engineering Report, 28(1-2), 1-63 (2000) -Citations : 1012

DUSEK, K. (Ed.). Epoxy Resins and Composites III. Berlin: Springer-Verlag, 1986. (Advances in Polymer Science, v. 78).

FARNHAN, A. G.; SHECTER, L.; WYNSTRA, J., U.S. Patent 2,943,095. Jun. 28, 1960, Union Carbide Corporation


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